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Quarta-feira, marĂ o 16, 2005. SĂł, irremediavelmente sĂł. O sexo ĂŠ Ăłptimo, mas nĂŁo ĂŠ Ăşnico. Ă preciso deixar que a minha voz vĂĄ mais longe, ĂŠ preciso que me oiĂ as ao menos, que me digas que sabes do que estou a falar, mesmo quando nĂŁo tens mais nada a dizer. Mas que estou eu aqui a dizer? NĂŁo posso ter opiniĂŁo, nĂŁo posso ter sentimentos. As minhas palavras nĂŁo tĂŞm sentido, nĂŁo encontram outra alma que lhes dĂŞ sentido. EntĂŁo para quĂŞ as fazer voar? Elas nĂŁo tĂŞm asas! NĂŁo sei se deva ...

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Quarta-feira, junho 30, 2004. Queria obrigar este impulso a mim prĂłpria. Queria vencer esta inĂŠrcia. Mas hĂĄ algo que me prende os movimentos. Deixo-me ficar aqui deitada. OuĂ o sĂł mais esta mĂşsica. Deixo o tempo passar como se ele me levasse a algum lado! Sexta-feira, junho 25, 2004. Estendo-me ao comprido, sentindo um torpor invadir todas as fibras do meu ser. Algo me mim se recusa a colaborar, nĂŁo cedo, mergulho em apatia, liberto o meu corpo da tensĂŁo acumulada nestes Ăşltimos dias. NĂŁo te ped...

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Sexta-feira, abril 30, 2004. Bom, eu n sou mto dada Ă polĂtica. N ĂŠ mto a questĂŁo de gostar ou nĂŁo, mas ĂŠ k prefiro nĂŁo me envolver em grandes discussĂľes k remetam para esse tema! Mas hĂĄ alturas em k uma pessoa sente necessidade de nĂŁo se abster pelo menos uma vez! And yet there's nothing special about this place! TerĂĄ sido uma bomba? TerĂĄ sido alguĂŠm que passou com pressa e me derrubou? Mas nĂŁo sei se tal mundo acabou, apenas o sinto correr por baixo dos meus pĂŠs, mantendo-me de pĂŠ. Co...

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Segunda-feira, julho 26, 2004. Um momento de introspecĂ ĂŁo, um instante reservado Ă melancolia. Uma sensaĂ ĂŁo de desconforto, um sentimento de repĂşdio por mim mesma. Uma ausĂŞncia de coragem, uma cobardia que me impele para o abismo. Uma face que nĂŁo ĂŠ a minha, um olhar frio que esconde vulnerabilidade. Um remorso que me consome, uma desconfianĂ a que se converte em certeza. Um mergulho no passado, uma fuga Ă incerteza do presente. Uma recordaĂ ĂŁo, um sofrimento renascido em mim. A leveza e o peso.

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Domingo, dezembro 31, 2006. Sei o que ĂŠ certo e aprovo, mas escolho o oposto". Como ĂŠ possĂvel uma sĂł pessoa provocar tantas e tĂŁo distintas sensaĂ Ăľes. como ĂŠ possĂvel apetecer-me esventrĂĄ-lo e arrancar-lhe as vĂsceras com as minhas prĂłprias mĂŁos para, no instante seguinte, continuar todo este jogo de gato e rato. Afinal, o oposto do amor nĂŁo ĂŠ o Ăłdio, mas a indiferenĂ a. Não lhe digas. O meu demónio. A leveza e o peso. Voltarei. mas não agora. Ao Sabor do Incenso. No Words No Pain.

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TerĂ a-feira, julho 24, 2007. A minha cabeĂ a a fervilhar. Depois de tanto tempo de silĂŞncio, voltaste e trouxeste inĂşmeras palavras, palavras que nunca ouvi na tua boca, arrastando consigo todo um passado que em nada foi fĂĄcil de superar. DifĂcil o que quer que seja abalar-me agora, mesmo tu. Nunca me neguei a uma boa conversa, nĂŁo hĂĄ medo que chegue para me deter. Revolver o passado, porque nĂŁo? Não lhe digas. O meu demónio. A leveza e o peso. Voltarei. mas não agora. Ao Sabor do Incenso.

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Quinta-feira, novembro 23, 2006. O que fazer quando nĂŁo hĂĄ tempo para tudo? O que fazer quando as nossas prioridades jĂĄ nĂŁo sĂŁo o que foram um dia atrĂĄs? Desculpa se te estou a deixar para segundo plano! HĂĄ tanta coisa a acontecer neste momento que eu nĂŁo quero deixar de viver. Tanta gente com quem eu nĂŁo quero deixar de estar para nĂŁo os perder um dia! Se o fizer sei que me vou arrenpender! Sei que nĂŁo vais estar aqui para sempre. Nem eu te pediria isso! Ou qual serĂĄ o nosso tempo certo!

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Domingo, maio 22, 2005. O meu pensamento enche-se quando penso que este momento estĂĄ a chegar. Tenho a certeza que esperei demais. A minha idade perdeu-se. Queria nĂŁo pensar, deixĂĄ-lo acontecer sĂł! Mas agora ĂŠ tarde. O meu pensamento jĂĄ encheu. Nem espectativa lhe posso chamar mais. Ă quase certeza! SerĂĄ que pode haver espontaneidade na certeza? SerĂĄ que pode ser bom, mesmo que nĂŁo seja espontĂ neo? Ă tarde. O melhor ĂŠ desistir. Isto nĂŁo ĂŠ para mim. Que faĂ o aqui, que penso? Por todo o lado ...

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TerĂ a-feira, janeiro 25, 2005. E, naquele preciso instante, deixo de lhe falar para sempre e falo-lhe pela primeira vez. As nossas mĂŁos entrelaĂ am-se, confundem-se, atingem novas dimensĂľes, num misto de fĂşria e desejo contido. Gostava de lhe dizer muita coisa, mas ele nĂŁo ouve. NĂŁo ouve nunca. O silĂŞncio castrador apodera-se de mim e paralisa-me. A sensaĂ ĂŁo de mover-me, mais do que o prĂłprio movimento. Por entre lĂĄgrimas, continuo a querer-te. Tumulto de emoĂ Ăľes. Mas nao me viste, nao como ...