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no mundo dos outros: corja
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. A propósito das intoxicações no call centre da PT em Beja). Hoje o que sinto é revolta, é repulsa, é nojo, é ódio. E esse ódio é tão profundo que todas as palavras são insuficientes para o descrever. Falhei, é um facto. Falhei comigo própria. Quanto muito falhei com aqueles que investiram em mim. Mas só a mim e aos que depositaram em mim aspirações desiludi. Agora os outros. Ao menos aqui eu adoeço co...
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no mundo dos outros: enlace
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Tinha a alma condenada à solidão. Tinha a alma entalada nos buracos negros que restavam entre a partida de uns e a chegada sempre efémera de outros. Vivia de amores vadios. Só deles se alimentava. Só a eles sucumbia. Na segura inevitabilidade de lhes ver o fim sempre perto do início. Tinha a alma condenada à solidão, entre fugas e abalos, tentativas e erros, repetições e vácuo. Tinha calos nos mús...
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no mundo dos outros: egoísmo
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Choro às vezes a inquietação. Quando os outros arrastam os pés e a míngua no chão. Grito insatisfação, sabendo-me já satisfeita. Faço do trabalho maleita. E da utopia da solidão comunhão. Vejo gente na rua, murmurando agoniada. Ou lambendo tristezas à ombreira da porta constantemente cerrada. Vejo pobreza envergonhada. E finjo não perceber. Ali não estão - um ser ridículo a enfrentar inimigos de cartão.
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no mundo dos outros: avó
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. A minha avó teve sempre 68 anos. Estou certa de que terá sido mais nova. Tenho a certeza de que ultrapassou essa idade. Mas, no meu inconsciente de menina de franja, a minha avó tinha, todos os dias, 68 anos. A minha avó chamava-se Isabel mas eu chamava-lhe só avó. Para quê dar-lhe um nome se a minha avó era única? A minha avó morada na rua principal da vila, mesmo em frente ao nosso bairro, numa casa...
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no mundo dos outros: Novembro 2014
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. O que não baila nem canta/ Por certo não sabe amar.". Chamava-se António Luís Ferro. Chamavam-lhe o jardineiro. António Luís era meu avô. E eu era a neta do jardineiro. Ainda hoje, nas terras que me ampararam as quedas da infância, eu sou a neta do jardineiro. Sê-lo-ei sempre entre os mais velhos. Não sabes quem é? A neta do jardineiro. Foi criada aqui com a gente. Depois abalou. António Luís voltou à...
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no mundo dos outros: click
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Às vezes olho para ti durante um período de tempo certo. Durante um período de tempo que tem uma dimensão exacta, precisa, perfeita,. Mas que não sei como contabilizar. Olho para ti entre a ausência de pressa e o desconforto da demora. E a harmonia desse instante, que não sei quantos instantes tem dentro, desconcerta-me. A teimosia crónica de me querer sempre errante. Brinde a nós. Le mal de vivre.
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no mundo dos outros: mãe-mártir
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Ser portuguesa é o mesmo que ser mãe de um toxicodependente. Ser portuguesa é ter um filho enfermo, pútrido, decadente. Um filho que se estende a milhares de rostos, todos eles máquinas de ruína e destruição. Ser portuguesa é ser mãe-mártir. É ter deveres, encargos, obrigações. E poucos, nenhuns, direitos – que direitos poderá uma mãe reivindicar na relação com o seu filho? Ser portuguesa é ter 563...
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no mundo dos outros: abril
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Espero Abril o ano inteiro. E depois vejo-o passar, deixando-me a culpa nos braços. Carrego-a junto ao peito como a um bebé choroso que precisa de berço. Embrulho-a numa manta de arrependimentos, tecida em paciência mórbida no andar monocórdico dos dias. Abril passa e eu cá fico, com o mesmo acenar vazio e desengonçado, lambendo um gosto amargo a saudade. Vejo Abril passar e agarro-me com força à soli...
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no mundo dos outros: ruína
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No mundo dos outros. Num espaço que não me pertence. num mundo que não é o meu. eu. no mundo dos outros. Trago o mesmo nervosismo crónico e irrequieto a espremer-me a carne entre as costelas, a encarquilhar-me os ossos entre os ombros e o pescoço, a fazer o desconforto transpirar-me em escombros pelos poros da testa e a enterrar-me o medo na fragilidade revoltada do estômago. Não me recordo dos nomes nem dos porquês a que devem ter dado resposta. Não sei como chegaram nem em que momento se foram....Se pr...