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.: 27.01.08
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Sábado, 2 de fevereiro de 2008. O homem velho descobriu que a vida é uma escola. Onde se aprende a ter paciência para viver e não sofrer;. Sabe que a realidade só pode ser vista, irremediavelmente,. Em preto e branco;. Que somente a fantasia apresenta-se, totalmente, em cores. Sem se preocupar para onde vai ou por onde vai . . . Vai por onde o levam seus passos . . . Aprendeu que o coração comporta-se como uma criança. Que não mede a conseqüência de seus atos;. E não alimenta sonhos quanto ao futuro,.
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.: 03.02.08
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Quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008. Velho casarão da quinta. O casarão colonial fica numa pequena elevação,. De frente para um vale orlado por montanhas azuladas. A quinta estende-se até a margem de um rio. Que corre mansamente em direção ao Oeste. Juncais enfileiram-se majestosos às margens,. Outras vezes cedem lugar às árvores seculares de troncos rugosos. Que se debruçam sobre o rio numa reverência respeitosa;. Pequenas embarcações balançam levemente ao sabor da brisa. Outono . . . O canto dos pássa...
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.: 20.04.08
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Quinta-feira, 24 de abril de 2008. Saudade cada vez mais tanta! Saudade vestida com o manto outonal,. Saudade orquestrada com os acordes de piano e violinos;. Saudade de minha infância extraviada na curva do tempo. Que se perdeu na poeira dos propósitos mortos;. Saudade até do que não foi . . . Saudade do velho casarão da quinta,. Saudade da velha quinta com seu imenso quintal. Onde brincávamos sob a sombra de frondosas mangueiras;. Saudade da velha jaqueira onde costumava fabricar sonhos -. Nos festejos...
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.: Tango
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Quinta-feira, 18 de junho de 2009. Meu amor por ti foi como um tango. Cheio de angústia,tristeza e farsa,. Bailado na doçura do fingindo aconchego de nossa intimidade . . . Nossos corpos envolvidos pelos acordes da paixão. Que se desvaneceu com as cinzas em meu entristecido coração . . . Por isso bebo,. Bebo essas mágoas passadas como um rio que se avoluma,. Que não cabe em si,. Que está na iminência de transbordar . . . O gim já não me transporta para o mundo. Dos velhos sonhos que quero sonhar;. Cada u...
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.: 13.01.08
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Domingo, 13 de janeiro de 2008. Insisto em fabricar sonhos,. Mesmo sabendo que irão desfazer-se em fumo. Na palidez do crepúsculo outonal. Meus sonhos, vejo-os naufragados. De papel , no torvelinho revolto. Das águas turvas do rio de lágrimas. Que brota de meus olhos marejados,. Brumosos, envelhecidos dessa espera inútil. Um manto de tristezas antiqüíssimas. Desabou sobre mim, deixou-me assim:. Rainha destronada, humilhada, aniquilada. Diante deste imenso e suntuoso. Antes fosse uma mulher do povo,.
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.: Hibernal 04 Para Marcos Vinícius
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Sábado, 17 de janeiro de 2009. Hibernal 04 Para Marcos Vinícius. Continua a nevar estupidamente . . . Fecho os olhos, busco evadir-me desta realidade que me aprisiona . . . As praias que conheci . . . Percorrê-las, dava-me a sensação de realização plena,. De total posse de mim . . . Talvez, numa época distante, fora feliz à beira-mar:. Sinto o cheiro daquele mar de sargaços. Beijando as dunas sob um céu de lua-cheia e estrelas cintilantes;. Diante daquele mar, sonhei viver um grande amor. E conhecer-me, ...
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.: 13.04.08
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Sexta-feira, 18 de abril de 2008. Dos doze, és o injeitado. Teu nome é sinônimo. Todos ou quase todos viram-te a cara. És o único a iniciar-se aziago. És a ironia destilada, a antítese extravagante,. O cume do pico-alegria, o fundo profundo do poço-tristeza,. O bruxo e o antídoto de todas as bruxarias. És a intersecção entre a candura angelical e a carranca abominável. Do algoz que comete atrocidades inomináveis. És dúbio, porque albergas em ti o verso e o reverso das coisas. E qualquer coisa de outonal.
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.: 16.03.08
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Segunda-feira, 17 de março de 2008. Embarquei num navio de angústias sonâmbulas. Por oceanos outonais cujo destino final. É naufragar num mar de folhas-mortas . . . Bebo vinhos finos numa taça de amargura,. Entorpeço-me com ópio por distração . . . Mergulho numa Veneza-de-tédios,. Numa masmorra de silêncios depostos . . . Minha memória esqueceu o caminho de regresso,. Minha vontade jaz paraplégica no tombadilho . . . Descubro que a primavera de outrora extraviou-se,. Pouco me importa que o mundo desabe,.
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.: 30.12.07
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Sexta-feira, 4 de janeiro de 2008. Minhas ânsias são barcos de velas pandas num mar revolto. Meus desejos são navios encalhados próximo ao cais:. Tristes como escombros de um império que ruiu. Como se fossem pontes sustentadas por pilastras de tédio. Meus desejos perderam a bússola e dispersaram-se pelos becos escuros e tortuosos. Minhas ilusões diluíram-se nas lágrimas derramadas inutilmente nas noites de insônia. Resta-me uma paisagem de concreto com longas avenidas de gás néon,. Meu nome é ninguém.