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MÁRIO BOTAS
POEMA A ARTUR DO CRUZEIRO SEIXAS. Das bicicletas abandonadas à beira dos caminhos. Escorrem cachos de madressilvas: uma a uma. A flor perdida vai-se entregando. As flores já não são feitas para serem abraçadas. Mas violentadas até se saber para que lado caem. Mortas de mordeduras mórbidas e lacustres. Uma casa um grilo…. Uns dentes cerrados a dizer não e sim. Alternada e silenciosamente as gaivotas. Contam histórias de pasmar — as asas cortadas. E um homem passa na rua a assobiar.
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ERNESTO SAMPAIO
Salários mais baixos da Europa, milhão e meio de emigrantes, milhares de desempregados, de gente que sobrevive a «ganchos, a «golpes, a horas extraordinárias, pensões e reformas de miséria, alugueres de rapina, vilas e aldeias que desapareceram, campos despovoados, saúde só para quem tem dinheiro, escola em crise, tudo isto depois de três guerras…. O que ele perguntava era como é que havia de reencontrar, num mundo de imagens e falsificações, o contacto verdadeiro com o real, preservando na evocação dos ...
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JAIME ROCHA
As luzes morrem por cima dos telhados. Entre dois pinheiros e há o ferro que. Delimita as casas, o bolor construído. Uma pequena enseada vazou-se,. Desapareceu no meio dos navios. E todos. Os náufragos se encostam às paredes, aos. Ninhos que a espuma constrói dentro das. Rochas, nessa escuridão, na pele doente. É a pele do vulcão vencida pelas beladonas,. Pelos regos da chuva, pelo sal. O Vulcão, o Dorso Branco. Modelo Simple. Tecnologia do Blogger.
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BEATRIZ HIERRO LOPES
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ADÍLIA LOPES
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EMANUEL JORGE BOTELHO
EPÍGRAFE PARA UM LIVRO DE HORAS. Para o Fernando Assis Pacheco. Para o Luis Manuel Gaspar. Para o Rui Coutinho. Resta muito pouco de tudo o que se quis;. Um sorriso de bolso,. Duas sextas-feiras de dar sorte,. E um quase nada de Lua. O chão ficou sem pássaros. Para catar sementes,. Semeado, por inteiro, com pregos de cruz. Aqui já não se morre de morrer,. E até a morte está cansada. Fecho as Cortinas, e Espero. Modelo Simple. Tecnologia do Blogger.