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"CASOS LIGEIROS"
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Domingo, 3 de junho de 2012. Eu sou mesmo um dinossauro. Ainda sou daquele tempo em que você subia e descia a pé a Rua Augusta e suas alamedas com nomes de cidades do interior paulista, toda bem vestidinha, olho pintado e tudo, olhando trocentas mil vitrines das boutiques da moda, para comprar de tudo: roupas, calçados, livros, discos (éééé aqueles discos pretos de vinil, long plays e compactos). E que ao fim entrava em. Vi tanta coisa acabando, tanta coisa começando. Agora eu compro pela internet e ...
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"CASOS LIGEIROS": A tempestade
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Terça-feira, 14 de agosto de 2012. Pendurei meu casaco e meu guarda-chuva no gancho, sentei na cama de baixo do beliche com a mala no colo e olhei ao redor. A cabine era confortável, tinha duas vidraças estreitinhas cobertas em lona parda, vedando a noite chuvosa lá fora. Nas outras camas, ressonavam pessoas estranhas, viradas para a parede, dormindo ou fingindo dormir. Ninguém estava a fim de conversar, era evidente. Deitei e imitei os demais, virando também para o canto. Eu não sei porquê, mas foi me d...
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"CASOS LIGEIROS": RECOMEÇAR É PRECISO
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Domingo, 22 de abril de 2012. Pensamento do dia: "Não há bem que sempre dure nem mal que nunca apareça". Tem gente que se desespera de vez: se mata, se pincha, desiste, larga mão de tudo. Tem gente que encontra forças para sentar na beira da calçada, respirar fundo, apegar-se àquela "alguma coisa" lá no no âmago e tentar ver o lado positivo da coisa. Pollyana demais? Talvez. Zen demais pro teu gosto? E quando a internet representa a desesperada tentativa de estabelecer vínculos, com gente que você nunca ...
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"CASOS LIGEIROS": CAUSO DE ASSOMBRAÇÃO
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Domingo, 5 de abril de 2015. Dedicado à Fernanda Ozilak. Ilustradora e filha, a quem assombrei na infância com os meus causos ligeiros. Éramos pequenas, as três. O meu avô, um velho muito alto e que usava chapéu, tinha o gostoso costume de "quentar fogo" na taipa do fogão toda noite, antes de dormir. Naquele tempo fazia muito mais frio. Nós, suas netas queridas, penduradas ao seu redor, pedíamos queijo quente na chapa, ou pipoca, ou bolinho de chuva e que ele contasse um causo de assombração. Avistou a p...
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"CASOS LIGEIROS": Novembro 2010
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Domingo, 21 de novembro de 2010. A cidade amanhecia em festa quando o circo chegava. Os trapezistas, as dançarinas, os palhaços, os músicos e uma jaula com um leão velho e sonolento faziam seu desfile colorido, enquanto o diretor ia adiante, com um altofalante à boca, convidando o povaréu para a função:. As fantasias multicoloridas se destacavam na paisagem monótona e empoeirada do interior, despertando as pessoas do seu torpor de domingo eterno com aquela alegre anarquia de palhaços e bumbos. Muitos de ...
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"CASOS LIGEIROS": Julho 2011
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Segunda-feira, 25 de julho de 2011. Todo mundo sabia que o Anderson traía a Cleide, menos ela. Aquelas demoras, aqueles serviços de fim-de-semana. As desculpinhas esfarrapadas que ele sempre dava ao interromper um almoço em família ou levantar correndo no meio da noite, depois de atender o celular. Era a clientela chamando, fazer o quê? Despedindo o coitado no portão, Cleide se recolhia à sua vidinha besta de viúva de marido vivo. Num close, Cleide pode ver nitidamente a placa do veículo e a cara do safa...
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"CASOS LIGEIROS": Maio 2011
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Sábado, 28 de maio de 2011. Ainda na infância, quando Clarice devia ter uns dez, onze anos, a coisa foi ficando bem clara: ela só podia ser de outro planeta. Tudo nela, seu gosto, suas habilidades, seus desejos desde os mais simples até os mais profundos, TUDO nela era classificado pela mãe como besteira. Futilidade, inutilidade, não serviria para nada mesmo. Fogo de palha. Ou do estojinho de tintas e pincéis que comprara com o próprio dinheiro. Curso de aquarela? Pra que isso, Clarice? E assim foi com o...
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"CASOS LIGEIROS": Abril 2015
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Domingo, 5 de abril de 2015. Dedicado à Fernanda Ozilak. Ilustradora e filha, a quem assombrei na infância com os meus causos ligeiros. Éramos pequenas, as três. O meu avô, um velho muito alto e que usava chapéu, tinha o gostoso costume de "quentar fogo" na taipa do fogão toda noite, antes de dormir. Naquele tempo fazia muito mais frio. Nós, suas netas queridas, penduradas ao seu redor, pedíamos queijo quente na chapa, ou pipoca, ou bolinho de chuva e que ele contasse um causo de assombração. Avistou a p...
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"CASOS LIGEIROS": Maio 2013
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Quarta-feira, 1 de maio de 2013. Eu invejo as pessoas que têm fartas lembranças da própria infância. Falam dela com riqueza de detalhes, falam sobre coisas grandes e pequenas, pessoas e lugares que já nem existem mais. Eu não. Com muito custo lembro das duas coisas mais remotas da minha vida. E ainda às vezes até duvido delas, pois podem nem ser uma lembrança minha, pode ser que alguém tenha me contado. Fiapos! Dalva M. Ferreira. Links para esta postagem. Eu também escrevo aqui:. Dalva M. Ferreira.