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Obscuramente: Sapatos Pretos

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Quarta-feira, 6 de junho de 2012. O toque do som surdo de sola do seu calçado. 8220;Toque, toque, toque, toque,” toquei, tocou…. 8220;Toca-me”… estou tocado… …. e a sorrir em aparência…. Em face de uma ameaça de castração. 8220;Estanha forma de me arrancar o coração”…. E o guardar, cativo, prisioneiro da mão. Honestamente… ….para lá da decência…. E de agrado me colocou um sorriso. De um nervoso, amedrontado riso. Atrevida de passar tão rente, que me puxou os nervos.

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Obscuramente: Abril 2010

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Quinta-feira, 22 de abril de 2010. Dar um passo em frente. Direcção profunda da cova incandescente. Na escuridão soturna da luz intermitente. O teu corpo…. Tuas mãos, tua pele, teu olhar. Toda a fúria contida, ondas do mar. Teus lábios, o teu cabelo e o teu falar. Entrega-te, pois hoje nasce o espírito. Caminhar face ao adverso. Saber que é impedimento viver um inverso. Neste eterno aluimento das paredes do universo. E somente, mais um verso. Os teus sonhos….

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Obscuramente: Julho 2011

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Terça-feira, 12 de julho de 2011. Nunca na minúscula história…. 8230;da humanidade reduzida deste ser,. Se deu ou se ficou provado, que:. 8220;Mais que em palavras, é possível, ser amado.”. Claridade, propositada, obscurecida. Por vontade de não se libertar do leito. De ser eterno braço em redor do peito. Ficar… na paixão desmedida…. E apenas sentir, cada fôlego, que se perdeu. E perguntam-me as almas do purgatório:. 8220;Onde está o homem? De Saber, a palavra.

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Obscuramente: Voo Picado

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Quarta-feira, 29 de dezembro de 2010. De correr este navio que se levanta. Como quem faz linhas sobre a água branca. Mar gelado, salvação e morte…. Queda, perdido à mera sorte…. Navegar esta ilha contra um continente. Na testa do rochedo, encalhar permanente. Mergulha-la nos tormentos da Inquisição. Aninhar-me… talvez encontrar, posição…. Enterrar os pés na montanha…. Ficar onde as arvores sabem o meu nome. As videiras sabem o meu cheiro. O rio conhece os meus pés.

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Obscuramente: Maio 2011

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Terça-feira, 31 de maio de 2011. Em ti, por ti, contigo. Expectativa infinda na obra inacabada. Uma vida aquém de o ser, talvez defunta. No toque dos teus olhos ganha fulgor rubro. Luz incandescente e luminescência ardente. Dormência, intuição de dor, a ferida aberta. A renúncia à entidade, existência devotamente…. Dedicada ao acto de não confiar, no amor… foge. Em ti, por ti, contigo…. Moção de matéria limitada, inanimada. Nuvens negras no céu carregado de cinzas.

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Obscuramente: Janeiro 2011

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Terça-feira, 18 de janeiro de 2011. Numa noite, dotada do mais completo silêncio. Decidi saltar sobre o abismo com dois passos…. Como um Inverno de Vivaldi. Ou na calma dança chorosa de Ravel…. Caí ao vórtice da 54ª nota no número 5 da 23ª ópera:. Um “dó”… menor…. Pesar profundo por quem me falha nas horas de mutismo. Os desejos de autismo, um mundo cortado do ego, centrismo…. Ou desvio, ilusão prismática, privação… amor…. Talvez… dor…. Foste, porque tinhas de ir.

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Obscuramente: Musica da Ausência

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Terça-feira, 18 de janeiro de 2011. Numa noite, dotada do mais completo silêncio. Decidi saltar sobre o abismo com dois passos…. Como um Inverno de Vivaldi. Ou na calma dança chorosa de Ravel…. Caí ao vórtice da 54ª nota no número 5 da 23ª ópera:. Um “dó”… menor…. Pesar profundo por quem me falha nas horas de mutismo. Os desejos de autismo, um mundo cortado do ego, centrismo…. Ou desvio, ilusão prismática, privação… amor…. Talvez… dor…. Foste, porque tinhas de ir.

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Obscuramente: Junho 2012

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Quarta-feira, 6 de junho de 2012. O toque do som surdo de sola do seu calçado. 8220;Toque, toque, toque, toque,” toquei, tocou…. 8220;Toca-me”… estou tocado… …. e a sorrir em aparência…. Em face de uma ameaça de castração. 8220;Estanha forma de me arrancar o coração”…. E o guardar, cativo, prisioneiro da mão. Honestamente… ….para lá da decência…. E de agrado me colocou um sorriso. De um nervoso, amedrontado riso. Atrevida de passar tão rente, que me puxou os nervos.

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Obscuramente: Maio 2010

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Quando o pensamento vagueia nas sombras. Sexta-feira, 28 de maio de 2010. Num formato de tiros urbanos, mentes retorcidas em ilusões electrónicas. Sente-se nas balas o stress da rotação descontrolada das carências crónicas. Falta a agua com que lavar os focinhos alheios. Falta honra para encarar os focinhos sujos. Falta cara para assumir a honra no próprio focinho. E sei que sou zero, e zero a zero vou saltando de zero em zero até atingir a profundidade plena do zero que é a vida e os seus porquês….