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Voyer's: Setembro 2008
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É aqui que enlouqueço. Sexta-feira, 5 de setembro de 2008. Eu não vou mais. E acho que também não vens. Vou fumar o meu cigarro. E dormir só. Outra vez. Chuva no vidro. Vidro embaçado da minha respiração. Eu acompanho as gotas que caem sozinhas. Eu não processo a tua nova companhia. E não aceito tu dizeres que é minha. – Quando não és. Vai, se realmente precisa ir. Eu não vou implorar essa noite. Foste-te como o vento, que não olha pra trás. Meus poemas baratos, minha gramática errada. Me passe a mostarda.
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Voyer's: Novembro 2008
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É aqui que enlouqueço. Domingo, 16 de novembro de 2008. Eu te amo,. E tu nem sabes. Eu te quero,. Te amo em silencio. Fiz-lhe um desenho,. Pois tudo que sinto -. Na garrafa eu ponho. Falando em beber,. Penso em lhe dizer,. Me sinto em abrigo. Mas eu tenho medo. Porque o que anseio. Não eis de querer. Pois sei que você. Nos meus olhos vê. Sábado, 15 de novembro de 2008. Particípo de um mundo que eu queria me manter distante. Eu não aguento mais me sentir sozinho, sentir largado. O que eu fiz de tão errado?
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Voyer's: Dezembro 2008
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É aqui que enlouqueço. Domingo, 28 de dezembro de 2008. Com Açúcar com Afeto ". Procuro nas mesas dos bares da cidade baixa, exatamente aquilo que tu me negas. Cato nos discos do Chico, nas letras do Tom ou nos sopros do Armstrong – teu carinho teu afago. Dê-me sua boca, compreensão e quem sabe seus ouvidos? Mais um bar, mais uma garota marcando meu corpo, cravando suas unhas nas minhas costas, contrapondo-se ao seu namorado – são só bares. Digo não ao mendigo, e torro tudo em bebida. Ps : Te amo. Sempre...
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Voyer's: Junho 2009
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É aqui que enlouqueço. Terça-feira, 16 de junho de 2009. Passava uma vida agindo como uma criança. Então cresceu. Criou barba e desejos dos quais uma criança não tinha. Mas ainda agia como uma criança – não na inocência, mas na estupidez. Agia sem pudor, agia sem cautela ou medo com o que fazia com as pessoas – e por esse motivo era visto com outros olhos. Afundado em livros de filosofia e escritores estrangeiros, adquiria muita cultura e, nenhuma picardia. Como pode um ser, ser tão estúpido? Negligencia...
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Voyer's: Return to innocence
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É aqui que enlouqueço. Sábado, 1 de agosto de 2009. 8211; disse ele ao ouvir o telefone tocar às três e meia da manhã. 8211; saudou a alma sem compaixão pelo sono alheio. 8211; falava aquela voz doce que ele á tempos não ouvira. Eu vou ir. Agora eu vou ir – dessa vez é verdade! As coisas não deram certas e, eu acho que por mais que eu fuja, por mais que eu dê voltas, eu acabo sempre no mesmo ponto. Então ele senta-se na cama e, desenvolve com os lábios um sorriso que em muitos anos não o fazia:. Ele não ...
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Voyer's: Maio 2009
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É aqui que enlouqueço. Domingo, 31 de maio de 2009. Tu viste aquele filme do Almodóvar? O que tu achaste? A gente tá falando do mesmo filme? Tu tá falando do Kika? É, uma bosta. Ai, mas o filme é ótimo. Capaz, é um lixo – uma maquiadora, que se apaixona por um defunto que não é defunto. Por favor, né? Eu esperava mais de ti. Eu não tenho que gostar do que tu gosta. Nem eu do que tu gosta. Ai Enfim – tu vais sair hoje? Voltar pra casa e ouvir Fito Paez. Posso ficar aqui contigo? E um filme na locadora?
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Hybris: Manifesto
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Quinta-feira, 28 de outubro de 2010. Nossa urgência é pelo erguer dos punhos, e não só das mãos em um pedido de socorro. Não só da misericórdia desatenta - é preciso acompanhar ao lado dos aflitos, marchar como angústia, ser o crime e o desacatto; pois da ordem são confeccionadas as chicoteantes, paralisantes, ácidas algemas alienantes. Aos trapos e trocas de passos. Nós somos a rebelião! Nós somos o motim,. O corte na garganta do cárcere. Que desfaz o câncer na garganta da fenda. Que asfixia a revolta.
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Hybris
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Quarta-feira, 16 de junho de 2010. O suicídio do sonho. Me traduz o parto. O suicida, estranho. O germe, inquieto. As suas couraças quebra. Confunde o veneno discreto. Com os ritos que a morte celebra! Assinar: Postar comentários (Atom). Frêmito Das vozes Psicótica penumbra vazia, do teu. Delírio por fascínios para desígnios Da imensa ado. Teias de aranha da lembrança da fuga Instável dram. O suicídio do sonho Me traduz o parto O suicida, e. Visualizar meu perfil completo.
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Hybris
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Quarta-feira, 16 de junho de 2010. Teias de aranha da lembrança da fuga. Instável drama da espada e pena de águia. É incurável o esquecimento. Da carne frágil e fragilizada. A dimensão do sangue, e suas couraças aprisionantes. Um feixe de luz. No centro do universo,. De todos os tempos. Assinar: Postar comentários (Atom). Frêmito Das vozes Psicótica penumbra vazia, do teu. Delírio por fascínios para desígnios Da imensa ado. Teias de aranha da lembrança da fuga Instável dram. Visualizar meu perfil completo.
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Hybris: Espelho
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Quarta-feira, 16 de junho de 2010. Sofrem os deformados equilibristas. Vigilantes do extermínio,. O último emaranhado da elevação bestial. Adormece entre noites brancas de desamparo. A fantasia das vísceras. Pele, pranto, ou fúria -. A anomia da inconstância. Hoje sou a dor da felicidade da lembrança. O espelho - - - -. Engendram as miríades desmedidas. Os traços de barro pulsante. Da iluminação constante do sol entre as pétalas ondulantes. Do emaranhado que renasce da elevação do leste da noite.
