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Migraine: Março 2006
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Quarta-feira, março 15, 2006. Posted by Natasha at 2:16 da tarde. Como ir directo ao assunto. Como acertar a flecha fatal no calcanhar de Aquiles? Um passo e depois outro, percursos e outros caminhos. Descaminhos e voltar a trás. Começa de novo,. Uma letra, uma palavra, uma pergunta e a maldita resposta. Acreditar na sorte na fortuna que protege os audazes. Lanço os dados, gira a roleta, poe uma unica bala no tambor. Revolver que gira, cão que se puxa atras. Abre a boca, respira fundo. E conta até 3.
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Migraine: Janeiro 2006
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Quinta-feira, janeiro 26, 2006. Rapido e contra o tempo,. Entre minutos roubados ao dia, ao trabalho. Imerge a satisfação de um grão de cocaina,. Mil vezes repetido e sempre alinhado. Um sorriso que prende a satisfação,. De poder ser ignorado pelos demais. Uma saudade imensa,. Apertada nas paredes da cabeça,. Que roubados os minutos que estão,. Calando no peito suspiros,. Prolongados, vaiados e vaidosos,. Por não se quererem libertar. Corre e apanha-me se conseguires. Posted by Natasha at 2:02 da tarde.
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Migraine: Setembro 2005
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Sexta-feira, setembro 23, 2005. Não há logica nos verdadeiros imprevistos. São isso mesmo, ilogicos e imprevistos e tantas vezes chocantes. Precisava de me reter em qualquer escarpa, numa falha de rocha e viver eternidades parasitando-a. Talvez juntar-lhe umas vagas de mar, violentas, para me alimentar da agua e do sal, e livrar-me da morte lenta de secura e torreira de sol. Não gosto de sol. Gosto de me sentar à sombra, gosto de andar de chapéu, gosto de me refrescar. Continuo a preferir a volúpia.
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Migraine: Julho 2005
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Sexta-feira, julho 29, 2005. Soou devagar.e entra pelos ouvidos. A voz da Cítara. É um instrumento estranho. Longo, talvez pesado. Gigante nas mãos da mulher. Todo o seu corpo se adapta à cítara. Por forma a sustê-la. E sobre os pés. São como dois seres simbióticos. Feitas uma para o outra. Do sentir de Shima. Canta e o canto. É uma sensação de prazer. Que se reparte por toda a gente. Que a ouve e que nos rodeia. Uma onda erótica e feliz. Imitasse a dança do ventre. As raparigas.ondulam.ondulam. Quarta-f...
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Migraine: Maio 2006
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Quarta-feira, maio 24, 2006. Posted by Natasha at 4:56 da tarde. Ver o meu perfil completo.
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Migraine: Outubro 2005
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Segunda-feira, outubro 24, 2005. Por entre as gotas de uma manhã gelada,. Por dentro das aguas e dos olhares subterrâneos,. Escrevo a dor dos dias que nascem. Abortos espontâneos de seres parias. No inflamar inicial dos raios de sol,. Crepusculo sedento da lonjura das secas. Crepita o som das lesmas que se arrastam,. E cai o torso da cabeça separada. O brilho desumano vive,. Como liteira de amante velha. Carregada de longe,. Pelos lagos negros espelhados de negro. Gorda, inundada de carne e ventre.
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Migraine: Abril 2006
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Quinta-feira, abril 27, 2006. Para o Sábio nada há mais aparente do que aquilo que está escondido e nada há mais manifesto do que aquilo que é subtil". Posted by Natasha at 11:37 da manhã. Ver o meu perfil completo.
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Migraine: Maio 2005
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Sexta-feira, maio 27, 2005. Hoje falha-me a companhia e falham as palavras por dizer. Preferia um dia de sol ao cinzento que cobre o céu. Preferia um mergulho infinito no mar, às teclas em que estou a bater. Preferia um amigo, a quem afagar. Preferia uma amiga para as coisas inuteis e fúteis. Preferia o ar livre. o espaço. Preferia-te a ti e a possibilidade de te cuidar. Tenho as luzes flourescentes.o calor de uma cave. O bafo quente das pessoas que me rodeiam. Sempre insatisfeita.sempre à procura. Poste...
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Migraine: Agosto 2005
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Quarta-feira, agosto 31, 2005. By : Patrick Demarchilier. Posted by Natasha at 12:07 da tarde. Segunda-feira, agosto 29, 2005. Cai no Fojo o Lobo. Foge dos gritos e dos urros. Das bestas no seu alcance. Cai no Fojo o Lobo. Dos pés a audácia. Não lhe ampara a queda. O golpe de miséria. Covardia dos carneiros que caçava. No planalto que é terra. O grito do falcão. Numa masmorra de pedra. O Fojo não morre. Tem a cabeça desfeita. São agora vermelhos e correm liquidos. De fontes que molham. Exangue e sem vida.
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Migraine: Novembro 2005
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Quarta-feira, novembro 30, 2005. Murar-se em tijolos de pedra. O canto que se pare na garganta. Procurar por fim a transe e. Sem amarras pois não é masmorra é. Sitio calido e seco. Sem luz mas quente. É sinónimo de santuário de gente. È lugar ermo e de acesso dificil. Fica nas veredas de um centro num qualquer outro centro. Num qualquer nevralgico ser. O ar aqui é mais transparente. E alivia a carga do respirar dificil do peito. Pequena minha clareira sombria,. No ventre da minha complexa floresta negra.
