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Coisas de Marcos Resende 06
Coisas de Marcos Resende 06. Domingo, abril 22, 2007. COISAS DE MARX GROUCHO. Meu pai era alfaiate. Não podia ser grande coisa na profissão, mas, numa coisa era único: tinha horror à fita métrica. Dizia que fita métrica era coisa de papa-defuntos. Era fácil reconhecer os fregueses de papai na rua: todos tinham uma perna curta ou um braço mais comprido do que o outro. Não me Interessa pertencer a um clube capaz de me aceitar como sócio. Ela herdou todos os seus traços do pai. Ele é cirurgião plástico.
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Novicionário de Marcos Resende
Novicionário de Marcos Resende. Domingo, junho 11, 2006. AS PALAVRAS NÃO SÃO O QUE SÃO, E SIM O QUE APARENTAM SER. Ato de abrir um carro de polícia sem usar a porta. Desejo veemente e impaciente de ser provido de nádegas exuberantes. Vendedor de aço a preço abusivo. Africano outrora dotado de poderes telepáticos. Exclamação exprobando a conduta sexual exacerbada de certo indivíduo de nome Jean. O mesmo que: "Ah, Jean tarado! Ato de indicar a direção a um elemento. Telefonar para a dita cuja. Aquele que p...
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Canções de Marcos Resende 01
Canções de Marcos Resende 01. Terça-feira, 1 de janeiro de 2008. Ciranda da Primeira Estrela. Estrela em Meu Naufrágio. Eu, Você e o Nada. Sonhos e Cenas em Fim de Carnaval. Tempos Que Não Voltam Mais. Você Chegou Para Ficar. Você em Sombra de Sonho. Você Molhada em Luz. Postado por Marcos Resende @ 12:54. Sábado, 24 de março de 2007. Você, em Sombra de Sonho. VOCÊ EM SOMBRA DE SONHO. Tento te esquecer, invento tanto. E no entanto, meu intento se desmancha no espaço. Quando fico só, eu só consigo. VOCÊ M...
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Canções de Marcos Resende 02
Canções de Marcos Resende 02. Terça-feira, 27 de novembro de 2007. Quando as casas não tinham portas. E se davam as mãos. Nos jardins, girassóis e frutas,. Na cozinha, o pão. Que pegava peixe pra viver. Que fazia festa sem querer. Que fazia doce pra vender. Quando as ruas não tinham medo. Flor de pé no chão. Nos mercados, pastéis e panos,. Que fazia pano pra vender. Que pegava peixe sem querer. Que fazia festa pra viver. Que pegava moça pra vender. Que fazia gente sem querer. Que vendia o povo pra viver.
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Helena das Sete Luas — Marcos Resende
Helena das Sete Luas Marcos Resende. Segunda-feira, 19 de março de 2007. Helena das Sete Luas. Tuas mãos têm sete luas. Teus pés, a dança das cobras. Teus lábios, veneno e vinho. Teu rosto, riso e navalha. Teu ventre tem sete algemas. Tua boca, a voz dos fantasmas. Teus pés, ventania e vício. Teu corpo, inferno e tocaia. Teus dedos têm sete sóis. Teus pés, a dança das águas. Teus olhos, lagoa e lua. Teu corpo, incêndio e mortalha. Teus olhos têm sete estrelas. Teus lábios, fogo e deboche. Querias lojas, ...
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Convenção dos Neuróticos
Terça-feira, 29 de janeiro de 2008. As Relações com o Sexo Oposto. As Relações com a Sociedade. Idéias, Atitudes e Contradições. Postado por Marcos Resende @ 15:14. Sábado, 17 de março de 2007. Únicos de famílias em que o processo de procriação não teve continuidade. Somos aqueles filhos criados em estufas. Durante a infância, guarda-dos carinhosamente do contato com a terra, com a rua, com o. Aga-salhos. Com dois banhos por dia e com babás graves e severas. Pesadelos e noites de ansiosa insônia. Nosso f...
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Contos
Terça-feira, 1 de janeiro de 2008. Aureste I e Último, Supremo Leitor das Galáxias. Calendas, Nome de Cidade. Helena dos Espelhos e das Frutas. O Filho do Eclipse. O Louco da Igreja. Postado por Marcos Resende @ 17:33. Segunda-feira, 19 de março de 2007. Aureste I e Último. AURESTE I E ÚLTIMO, SUPREMO LEITOR DAS GALÁXIAS. Salles insinuou com a sutileza que lhe é peculiar, que "o único caminho a que leva o aurestismo é o da ignorância completa a que estarão sujeitos os seus eventuais seguidores". A filoso...
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Calendas, Nome de Cidade
Calendas, Nome de Cidade. Sexta-feira, 30 de março de 2007. Calendas, Nome de Cidade. Calendas. Nome de cidade. A tal mulher terá que ser belissimamente linda, porque sou um artis-ta, um sacerdote da estética, e poucos eu conheço com sensibilidade tão desenvolvida quanto a que possuo: capaz de penetrar no recôndi-to, no âmago, na essência da beleza das coisas. A comida deste hotel é um atentado contra a estética! Louça de mau gosto, talheres de metal plebeu, toalhas lamentáveis! O que eu vi aqui, já nasc...
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Helena dos Espelhos e das Frutas
Helena dos Espelhos e das Frutas. Sábado, 24 de março de 2007. Helena dos Espelhos e das Frutas. Todos esses cheiros, flores e lembranças fundiam-se numa saudade só, numa tristeza única, numa dor sem revolta: "Coisas do tempo" pensou. Olha-se ao espelho; quase lágrimas nuns olhos onde se desenhavam as primeiras rugas. "O tempo perfura profundos sulcos nas pessoas murmurou. O tempo arrebenta tudo: alpendres, árvores, casas.". Mas, e o cansaço de João? João, a princípio, navega desarvorado em vacilante tra...
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Karisme, Extravagante Estrela
Karisme, Extravagante Estrela. Terça-feira, 29 de janeiro de 2008. Primeiro Contracanto Para Karisme Adormecida. Karisme Muito Acordada, Alucinante e Linda. Para Karisme, Enquanto Não Acontece Nada. Testamento: Karisme Com Biquinho de Choro. Testamento: Karisme e Eu, Obelisco Enferrujado. Karisme Extravagante Estrela 01. Karisme Extravagante Estrela 02. As Mãos de Felipe. Caleidoscópios, Moças e Mágicos. História de um Relógio ou de um Homem. O Tombo do Chico. Postado por Marcos Resende @ 07:18. Carece d...
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O Filho do Eclipe
O Filho do Eclipe. Sábado, 24 de março de 2007. O Filho do Eclipse. Nasci num eclipse. O parto coincidiu em hora, minuto e segundo com a escuridão. Mau sinal, mau sinal! Murmurou alguém. Nem filho do sol, nem da lua! Boa coisa não será este menino resmungou. Tinha uma verruga e se chamava Maria. Enquanto a humanidade ficava estabelecendo inter-relações entre alhos e romisetas, meu pai foi ao cartório e me registrou: Pedro. Luís Romano era invulnerável às superstições. É filho do eclipse! O povo de Serra ...
