contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: CANTIGA DO SERTÃO
http://contos-trocados.blogspot.com/2012/10/cantiga-do-sertao.html
Quinta-feira, 4 de outubro de 2012. Me empresta um pouco do seu frio, que o calor não me pertence. Me deixa um pouco dessa seca, que o sertão vem de repente. Vem sem chuva; sem nuvem; sem suas tão queridas estrelas. A lua, murcha, não reflete na lagoa seus desejos. Às vezes é melhor dormir pra ver se passam os pesadelos. Desbravei seu interior em tempos de seca e trouxe um pouco de umidade, um tanto de chuva e às vezes até tempestade. Molhei além da conta e acabei inundando meu cultivo.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: O ÚLTIMO DIA DO MÊS DA CHUVA
http://contos-trocados.blogspot.com/2010/04/o-ultimo-dia-do-mes-da-chuva.html
Segunda-feira, 26 de abril de 2010. O ÚLTIMO DIA DO MÊS DA CHUVA. Fazia frio. Não por causa da estação, da chuva ou da brisa, o frio vinha do tédio. O som ambiente era de caos e fantasia. Tudo parado, congelado, só hemácias movendo - e células amareladas de nicotina no contra-fluxo. Mesmo do último andar, o olhar dela era óbvio ao horizonte. Tão frio e úmido quanto o clima da metrópole cinza. As águas de março haviam se antecipado - e o verão se escondido, pelo menos, nove meses antes. A cria de Saturno.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: ESSAS MULHERES
http://contos-trocados.blogspot.com/2012/03/essas-mulheres.html
Sexta-feira, 2 de março de 2012. À janela, nos primeiros raios de um sol de sábado, dou os primeiros tragos num cigarro de sexta e marco o batente com cotovelos ralados. Aperto os olhos enquanto fumaças me cegam e enxergo melhor aquela que passa de vestido em sua bicicleta; com a pele brilhando do suor da manhã e do sal do mar. Temperada para amar. Apaixonada pelo vento e apaixonando os que a estão vendo. Acho que não exist mulher no mundo capaz de não gostar desse conto! So flores para lhe dar. Sem nenh...
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: CONSECUTIVO ERRO
http://contos-trocados.blogspot.com/2010/05/consecutivo-erro.html
Terça-feira, 18 de maio de 2010. Eu vejo a saia da moça, tão doce, de seda, sedenta, querendo voar. E suas pernas de louça, na brisa, tremendo, me faz arrepiar. Era tão bela, tão fina, de fato, tinindo, deixando encharcar. Outra ressaca, entrada, saída, mais outra ferida ao começar. Era tão sóbrio, o desejo, que o matava de medo só de pensar. Novo sentido, outro beijo, o brejo, a sarjeta, um poço pra se afundar. Menina, enxugue seu rosto, pro nosso próximo embriagar. Juliet, autora da foto.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: CONSERVA
http://contos-trocados.blogspot.com/2014/04/conserva.html
Sexta-feira, 11 de abril de 2014. Claridade. Pra quê tanta luz? Luz que arde, que machuca, que incomoda. Besteira é pensar que clareia. Clareia nada. Clareia o quê? As lembranças de uma noite escura e sem ar? Clareia a memória do odôr da alvorada? Calma, é só a cortina. Calma. Vou fechar. Vou fechar os olhos – cortina eu não tenho. Vem cá. Vem. Vem depressa. Vem me dar notícias do seu corpo. Último gole. Cigarro no fim. Pra quê tanta luz? Assinar: Postar comentários (Atom). São Paulo, São Paulo, Brazil.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: O CRIME DESCONTADO
http://contos-trocados.blogspot.com/2011/03/o-crime-descontado.html
Quarta-feira, 9 de março de 2011. Ela tinha olhos mais verdes que os morros que complementavam a paisagem em seu retrato. Plantada no ponto, sujeita a qualquer encontro. Tinha um jeito tão doce que a acabava endurecendo, a tornava impraticável. A tornava para um canto e me deixava noutro lado. Era um daqueles dias que eu passava a noite inteira sem saber o que fazer. A solução era beber, beber, beber e deixar amanhecer. E quanto mais claro ficava, mais escuros e molhados seus olhos focavam. Calma, sejamo...
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: ÚLTIMA BONECA
http://contos-trocados.blogspot.com/2014/02/ultima-boneca.html
Sábado, 8 de fevereiro de 2014. Era vestidinho rendado; boné de lado; melissa e tênis que pisca. Ficar descalços na areia; chamar de bobo, mostrar a língua e falar que é feia. Bonecas de um lado, bola do outro, sorriso riscado e banco de areia. Sentar na calçada, rodar o chinelo, manter a distância e evitar a faísca. Em mim tu não encostas. Pra ela arrepio; pra ele, cócegas. Era guerra. Era santa. Eram lindas, eram tantas. Eram tudo o que elas não queriam querer. Eles, tudo evitavam perder.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: Trecho de: O APARTAMENTO, A FRANCESA E O CENTRO
http://contos-trocados.blogspot.com/2014/04/trecho-de-o-apartamento-francesa-e-o.html
Segunda-feira, 28 de abril de 2014. Trecho de: O APARTAMENTO, A FRANCESA E O CENTRO. O ponto é: com tantas gavetas e portas à disposição, por que, merda, tinha que abrir a caixa? Madrugada, sem cigarro, com os joelhos ralados e uma cicatriz novinha na perna, tudo o que me faltava era soltar todos os fantasmas que demorei tanto tempo para prender. Trecho do capítulo O Apartamento, A Francesa e O Centro - do livro "Laura". Assinar: Postar comentários (Atom). São Paulo, São Paulo, Brazil.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: FIM
http://contos-trocados.blogspot.com/2014/06/fim.html
Segunda-feira, 30 de junho de 2014. Naquela noite ele havia dormido no lugar dela na cama. O lado que havia sido democraticamente separado só para ela. De manhã preparou seu café, como sempre faz, e esquentou o leite dela, mesmo sendo alérgico a lactose. Sentou-se só. Estava tarde, ele precisava voltar, precisava parar de se arrastar no chão. Nessa noite, ele ia dormir no lado dela do colchão. Assinar: Postar comentários (Atom). São Paulo, São Paulo, Brazil. Visualizar meu perfil completo.
contos-trocados.blogspot.com
Débeis fábulas ou contos-de-fadas: NÃO É MINHA, NEM SUA
http://contos-trocados.blogspot.com/2013/03/nao-e-minha-nem-sua.html
Quinta-feira, 21 de março de 2013. NÃO É MINHA, NEM SUA. Na minha versão ela era bossa. Nova ela nunca foi. Na dele, era meio blues. Tinha um compasso retardado, num ritmo torto. Você não sabe o que é ver sua musa na canção de outro. Na minha música ela usava saia bordada e rimava com a lua. Na dele, ela andava nua. Tinha olhos que miravam e miravam sem alvo e sem consolo. Mas se me olhavam nos olhos, buscavam retorno. Retorno na canção dele era contramão. Na minha, era redenção. Em Riso, Dança e Sonho.