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DEPOIS DO VERBO: Reflita #3
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Porque nem tudo tem porquê. Terça-feira, 1 de maio de 2012. Andando pelas ruas de um Rio de Janeiro outonal, me visita os pulmões um ar frio bom de se respirar. Encaro no alto um céu chumbamente cinza (ou cinzamente chumbo? Parecia tão sólido, agora molhou tudo, já são uns dias assim. enfim) e me pergunto sem pensar a respeito quantos dos prazeres que vivo não são nada além de alívios. Uns meros prazeres negativos, alívios transitórios. Transitórios e vazios, eu acho. 2 de maio de 2012 01:12. Blogs legai...
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PALAVRA EM FUGA: Setembro 2011
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Sexta-feira, 16 de setembro de 2011. Altou os humildes, encheu de bens os famintos. Aos ricos despediu de mãos vazias”. O Homem de Estimação. Ah, quase não se fazem mais cães de rua. Não nas metrópoles. Não na Rio Branco, a atravessar a pista sobre o riscado da faixa, a fazer falta a cachorrada vadia das ruazinhas de qualquer infância, os que corriam atrás dos carros e farejavam os dedos cautelosos como possibilidades (remotas) de afago nos passantes. O cão dava ao homem a importância de um aposto, compl...
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PALAVRA EM FUGA: Fevereiro 2011
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Domingo, 27 de fevereiro de 2011. Pelo que há de Divinópolis em cada uma de nós, mulheres de Adélia. Não fosse suficientemente melancólico aquele jantar, sem que se trocasse palavra, ouvindo o ranger dos maxilares, o trabalho dos dentes sobre a carne fibrosa, a saliva umedecendo a parte já triturada do alimento, foram caminhar na praça, aonde se prometia música ao vivo. Para quê, Senhor, insistir nesse simulacro de passeio, quando as mãos dadas não entrelaçam as intenções do que se pretende da noite?
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PALAVRA EM FUGA: Julho 2012
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Terça-feira, 10 de julho de 2012. D)o Tempo - Ainda. Mudava, então, a conjugação dos verbos. Do tempo da possibilidade para o das coisas acontecidas. Havia muito de belo. E uma mesma medida de medo. Só que o medo já não impedia a memória, já não paralisava a ação. Ao invés de intervalos, recuos, que eram ação também. Sua linguagem era a das correspondências. O silêncio deles, o das reverberações. Replicavam-se infinitamente e, por isso, duravam. Duravam. Duravam. Avam. Vão. Compartilhar com o Pinterest.
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PALAVRA EM FUGA: Junho 2012
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Terça-feira, 26 de junho de 2012. Indócil. O Torvelinho. Esvaziei-me de mim. Ou de algo que, por tão amado, constituía-me. A memória alucinada projeta o seu ter-sido sobre o eterno hoje dos dias e afoga o presente em nostalgia açucarada e espessa. A travessia da separação é um nado em cãibras dentro do mel de quanto se amou para a outra margem, aonde o outro já não está. É mais amargo sofrer de dentro da doçura. Compartilhar com o Pinterest. Indócil. O Torvelinho. Sede em frente ao mar.
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PALAVRA EM FUGA: Janeiro 2011
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Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011. Na mocidade, havia sido engajado e sonhava lutar pelos excluídos. Nada sabia do sono dos justos, porque a justiça ainda não se cumprira. Via os pratos da balança sempre em acintoso desnível e amarrotava a bandeira da ideologia sob a agitação da vigília. E dizer que os fizeram acreditar que não valiam nada, que não mereciam ser mais, viver em condições melhores! Caminhando a passo executivo pelo centro, em plena conference-call, tomaram-lhe o celular. Com o susto, ...
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PALAVRA EM FUGA: Germiniscências
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Domingo, 3 de julho de 2011. Texto postado originalmente no blog Para eu Parar de me Doer. Saiu da loja de perfumes, aproximando suavemente o pulso do nariz, para sentir-lhe a fragrância. A mão pendia-lhe oblíqua, com as costas voltadas para fora, como na pausa coreográfica de uma bailarina, revestindo de elegância o distraído gesto. Sim, havia qualquer coisa nela que dançava! Seu caminhar tinha a leveza volante de um invisível voil, vinham e iam as ancas em balanço pendular, cadenciadas. E tinha ainda a...
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PALAVRA EM FUGA: (D)o Tempo - Ainda
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Terça-feira, 10 de julho de 2012. D)o Tempo - Ainda. Mudava, então, a conjugação dos verbos. Do tempo da possibilidade para o das coisas acontecidas. Havia muito de belo. E uma mesma medida de medo. Só que o medo já não impedia a memória, já não paralisava a ação. Ao invés de intervalos, recuos, que eram ação também. Sua linguagem era a das correspondências. O silêncio deles, o das reverberações. Replicavam-se infinitamente e, por isso, duravam. Duravam. Duravam. Avam. Vão. Compartilhar com o Pinterest.