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DO OLHAR ÀS SOMBRAS. Teu olhar me acompanhou até aqui. Se eu dormia ou se eu sonhava. Ainda assim, o teu olhar me acompanhava. Teu olhar fez casa onde jamais eu poderia me ocultar. Dos meus sonhos teu olhar fez seu próprio lar. Escondeu-me num ponto onde nem eu me acho. Beira de um penhasco, foz do teu riacho. Teu olhar relampeou meu olho. E germinou minhas margens disso que agora eu colho. Depois, teu olhar virou brisa morna. E saiu, vagueando sorrateiro pela orla. Agora, teu olhar é sombrio, escuro.
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Beijo teus olhos e te dou boa noite. Que sonhes comigo a noite inteira! Que sonhes também com anjos ciumentos. Que me levam de ti carregada em brancas asas. Atormentado, tu acordes com tuas costas molhadas. Com a respiração de quem correu dez léguas. Com o tremor da criança no minuto anterior ao quarto escuro. Com a ansiedade da mãe em seu primeiro parto. E que num impulso olhes para os lados. E que me encontres dormindo ternamente. Com meus cabelos por tua cama espalhados. Ainda assim tendo-me tão perto.
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Seu cérebro era um bicho verde. De amplas narinas e boca ansiosa. Que corria de um lado a outro do cercado. Sorvia pixels, fótons, altas doses de decibéis mentolados. Diariamente. pixels, fótons e vários megawatts de ondas sonoras. Meses dias. horas após horas,. Pixels. fótons. sorvidos num prazer efusivo. Pixels. fótons. sugados num sorvedouro sem crivo. Algum dia, no futuro (era sabido desde já! Teria comido todo o planeta que eu acabei de inventar. Trêmulo, ele foi ao espelho e a si mesmo prometeu.
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PETECAS EM MEUS CABELOS. Um pedaço de céu deslizou. E caiu nos cabelos da moça. Que se via junto às flores do canteiro. Se sua peteca azul voltou. Cócegas vão percorrer sua coluna. Numa brincadeira sem paradeiro. A bolinha de anil teima em desmanchar suas tranças. Seus cabelos em voltas de anéis e alianças. Não resitem aos volteios divertidos. Risinhos incontidos e lânguidos devaneios. Trazem a suave esfera quando lhe toca os seios. Quando lhe percorre os sonhos. Que sonha em realizar sem ter os meios.
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Ao contrário de mim, meu inverso. Jogo de palavras desconexo. E eu, feita de espelhos,. Tento traduzir o teu reflexo. Vermelho em matiz de segurança. Vapor que me abraça, me enlaça e lança. Uterino, transparente e constante. Alento suave e lento. Trem que chega na estação em hora certa. Sono que vem de manhã se a madrugada é farta. Lua que se encheu em fase aberta. Rumo sem trajeto, de esperança incerta. Meu inverso, universo contrário de mim. Conexão de palavras em jogo de criança. BLOG J BOsco Belém-PA.
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DE VOLTA PARA CASA. Corre para abrir a janela, volta e brinca no quintal. O que tem de bom pra fazer, faz hoje! Esquece isso de "Só se for dia tal". Em aproveitar a vida debaixo de fruteira. Gente inteligente dessa terra inteira. Há de dizer que não há de haver no mundo decisão mais certeira. Então brinca, pega, beija, acende uma fogueira. Mesmo que não vá haver lual. E, se der vontade, sai agora pra voltar só no outro carnaval. Escorrega divertida pela areia, pega tudo que te pesa e arreia.
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Deixo minha terra para trás. Cheia de luzes piscando. Meio ano se foi. Meio ano a ser feito. Meio ano por vir. Meio ano eu já conheço. Meio ano a descobrir. Amanhã, serei tua alegria primeira. Tua primeira luz do dia. O primeiro dia do resto do teu ano. O primeiro ano do resto da tua vida. Serei da tua chuva a estiagem. Do teu passo a passagem. Tua vinda e tua ida. Teu único ponto de partida. Escrito por Angela Gonzalez às 22h44. BRASIL, Norte, BELEM, Mulher. Outro - feliz.angela@gmail.com.
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Porque quando te olho. Desse jeito que te olho agora. Graudamente bela e inusitada. Sei que me agiganto. Que te deixo tonto. E, por mais que tentes,. Nunca mais sairás de entre as minhas coxas. Original escrito em 05/02/2007, às 19h48). Escrito por Angela Gonzalez às 15h59. Despenca do alto,. Vem bela e torna tudo com cheiro de maré. Derrama, deleita, cristalina e forte. Fazendo barulho de peteca em telhados de zinco. Escorrendo em teu lombo os barquinhos de papel das valas. BRASIL, Norte, BELEM, Mulher.
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Agora, por ora,. Você deixa de ser gente e vira lugar. Onde vou me embalar sempre que preciso de paz. Nossas delicadas relíquias. Eu as guardo em lugar bem seguro. Estão lá a sete chaves. Guardadas a unhas e dentes. Igual como você me guardava. Tudo dentro de uma caixinha. Escondida longe do reboliço do mundo. Pego um punhado delas. E planto na margem dum rio pra virar árvore. Na margem desse rio e no pé da nossa árvore,. E faço de você minha paragem. Um lugar pra ser meu ponto de chegada.