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Lurgee: Março 2007

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The Extraordinary Life Of Steed. Aos que perderam a fé, aos que nunca a tiveram e aos que a vão descobrir ainda. Vão tratar-te com condescendência e paternalismo e não vais compreender porquê. E vais correr para a tua melhor amiga, para o teu quarto ou para o que quer que seja o teu coito e chorar como a menina que és. Não percebes e vais continuar sem perceber. Porque podia ter sido pior e porque acabaste morta. E, assim como assim, já estás morta desde 2005. Não, não foi em 1987.

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Lurgee: Junho 2005

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The Extraordinary Life Of Steed. É estranho como a necessidade de escrever se desvanece por entre bons momentos. E é estranho quando volta durante alguns segundos apenas para que nos lembremos de que ela, ao contrário da chuva, não evapora. Apenas ilude, esconde e faz sonhar. Hoje sonho contigo. Porque me apetece muito. Publicada por Filipe Marques.

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Lurgee: Maio 2008

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The Extraordinary Life Of Steed. A última vez que reparei tinha deixado de pensar. Foi como se, de repente, os avisos de sempre finalmente servissem de alguma coisa. Ainda me lembro bem do momento: estava a pensar em qualquer coisa e começaram a faltar-me as ideias (como quando, para escrever ou falar, faltam as palavras), uma a uma, e fugiram. “Olha o cigarro numa manhã fria a fugir! Olha o traço contínuo ideal para alguém se agarrar a desaparecer! Olha os meus dias bons! Publicada por Filipe Marques.

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Lurgee: Outubro 2006

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Senso comum de início de século. The Extraordinary Life Of Steed. Ainda não encontrei os teus membros decepados em lado nenhum. Procurei em quase todas as ruas da cidade – demorei três dias – mas parece que quem tos arrancou o fez sem deixar qualquer rasto. Não quero dizer que foi um bom trabalho mas a verdade é que foi executado com mestria. Reparaste nos cortes ligeiros mas firmes? Pronto, quis só trazer estas flores e umas luvas (ou serão meias? Que fiz para os teus cotos. Espero que gostes. Lembro-me...

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Lurgee: Outubro 2005

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The Extraordinary Life Of Steed. Sou um insomniac. E ainda não me habituei a ter de responder com os olhos à escuridão eterna de um qualquer quarteto de cordas de bolso. Cá por mim, se não sofresse de insónias, teria de ser vítima de influências cruzadas. Sou um resto de baba. E tu, o que és? Desvio racional: é a centésima vez que publico palavras neste espaço. And you couldn’t care less. Publicada por Filipe Marques.

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Lurgee: Maio 2007

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The Extraordinary Life Of Steed. O sangue não pára de correr. Tento convencer-me de que é a água quente que ajuda o sangue a estancar e mantenho, de há duas horas para cá, a mão dentro de água. Os meus olhos vão fechando porque estou dormente e desinteressado. Deixo-me cair devagar, sem tirar a mão da água quente, na esperança de não me sujar. O sangue não pára de correr. Estou desconfortável. Publicada por Filipe Marques. Publicada por Filipe Marques. Começa assim: o cotovelo direito apoiado no parapeit...

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Lurgee: Janeiro 2008

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Como se se importasse. Ninguém precisa de saber. The Extraordinary Life Of Steed. Publicada por Filipe Marques. Como se se importasse. Tentámos chamar-te antes de te meteres à frente daquele carro. Agora não vale de nada, sei eu (e eles, que vão chorando para ali, também sabem). Mas, ainda assim, espero que, a haver o algo mais e o tudo o resto, consigas ouvir-me (ou ler os pensamentos) e pensar que fizemos tudo o que podíamos. Nós chamámos-te. Quase, pelo menos. Publicada por Filipe Marques.

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Lurgee: Abril 2007

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The Extraordinary Life Of Steed. A hora tardia denuncia hábitos pouco saudáveis. Em vez de a preencher com pensamentos melancólicos ou promíscuos, sei lá, saídos directamente de uma mente habituada ao escuro e à cama, faço-o com algum agrado, com a televisão ligada, com a uma luz acesa e música bem dançável nos ouvidos. Em vez de me encher de uma esperança ébria relativa ao dia seguinte, limito-me a continuar o meu dia na noite. Dizem-me para mudar de assunto. Publicada por Filipe Marques.

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Lurgee: Julho 2005

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A moça que o não foi. O momento absurdo em que o absoluto se torna relat. Revolve os meus sentidos e desaparece. Rectidão. (Tudo é especial.). The Extraordinary Life Of Steed. A moça que o não foi. Publicada por Filipe Marques. O minuto começou cedo, por volta dos 0 segundos, mais coisa, menos coisa. Consegui, entretanto, encontrar uma forma de me manter imune à passagem do tempo. Ao esconder-me por detrás do ponteiro do Grande Relógio de Greenwich, consegui penetrar no espaço que separa as exist...Não é...

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Lurgee: Julho 2007

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Isto não é para ti. O transporte público agradável. Rossio no Rossio, Betesga na Betesga. Tudo o que tenho. The Extraordinary Life Of Steed. Posso dizer com alguma segurança que vivo em dois mundos. Do processo de fabrico dos sonhos (segundo a interpretação que se aproxima mais do que me parece plausível): coisas soltas de diferentes proveniências juntam-se num bolo estranhíssimo e tentam fazer sentido. Este texto não é de um nem de outro. Publicada por Filipe Marques. Publicada por Filipe Marques. Olhar...