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Na Geladeira...: Novembro 2010
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Quarta-feira, 17 de novembro de 2010. A moralista ou Ele vai pagar a viagem? Eu estou ficando doida sim. O Pablo, me apareceu hoje, do nada, dizendo. Falando para combinarmos uma viagem para a Bolívia. Ah não, eu vou ficar doida. Ou então para o Nordeste. Ele é louco. Eu não dou conta disso não. O cara some por quase dois anos e volta do mundo dos mortos como se estivesse fora há duas semanas. Eu não. Nem fodendo. O que é que custa? É só uma viagem. Ou Deus não existe.
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Na Geladeira...: Abril 2011
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Terça-feira, 26 de abril de 2011. O Autor Se Vê Obrigado a Dizer Que É Tudo Verdade. Eram quase seis horas e a velha, sentada em uma cadeira quase tão velha, olha o sol se pondo devagar enquanto o córrego corre pelo barranco abaixo. Ela balança as pernas no barranco. Apenas o por do sol quase acabando. Um tiro no peito. Maldito córrego, maldito vizinho, mal quista família, mal tida vida. E a maior tristeza do mundo pousou sobre seus ombros. Primeiro a língua. Sim. Ela cu...
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Na Geladeira...: Julho 2010
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Terça-feira, 13 de julho de 2010. Valéria levava uma cusparada na cara enquanto era fodida. Minutos depois foi um tapa estalado na bochecha esquerda. Valéria ria e pedia mais. Valéria era um poço banha branca organizada numa intrincada geografia das estrias e celulites. Valéria branca baleia encalhada em cima da mesa que ri de felicidade por sentir um pau duro no próprio rabo. O resto era a Beleza passeando pelo mundo. Pedro quer o fim. O buraco infinito da alma.
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Na Geladeira...: Canhoto.
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Terça-feira, 9 de agosto de 2011. Uma vez uma faca me cortou o braço direito um palmo acima do cotovelo. Era uma grande faca negra. Uma faca grande e afiada. Uma faca amarga que me arrancou o braço inteiro. Meu sangue jorrou longe. Muitos litros de meu sangue. Um sangue verde de medo e mágoa. O verde sangue da dor. Eu senti a dor da faca. Eu não tenho mais o braço. A dor agora é minha eterna. É a dor a coisa mais minha. Pois essa faca é tua língua.
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Na Geladeira...: Julho 2011
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Sexta-feira, 15 de julho de 2011. Mas Eu não entendo. Acabou? E a nossa casa, nossa vida? E a nossa história. Você fica com a casa, cada um com sua vida e a história é a história. Não grita, por favor. Não fique mais idiota. Você não pode fazer isso comigo. É isso. O problema é que gosto que me batam na cara. Que me cuspam. Eu gosto da sujeira. O buraco infinito da alma. Modelo Simples. Imagens do modelo de mattjeacock.
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Na Geladeira...: Pasmado.
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Quarta-feira, 3 de agosto de 2011. Vem aqui Maria, estão prontos. E da cozinha o cheiro de bolinhos de chuva invade a casa úmida. Chove sem parar há quatro dias e o frio e a água começam a se infiltrar pelos joelhos dessa avó caprichosa que tão carinhosamente fritou os bolinhos que tão bem acompanham a chuva. Segura meu bolinho aqui. O mosquito foi com o cavalo no mercadinho comprar tetê pra Duda. A avó observa a menina pelo canto dos olhos. O buraco infinito da alma.
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Na Geladeira...: Dezembro 2011
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Domingo, 4 de dezembro de 2011. E os peitinhos dela eram tão bonitos por baixo daquela blusa verde que até mesmo o velho gay enrustido e amargo que a atendia no balcão do bar se sentiu mais feliz. Ele que costuma ser tão seco e afetado tratou a moça com tanta gentileza sincera que se ela o conhecesse não entenderia o que estava acontecendo. O tempo é desonesto demais. Ele careca. Ele Gordo. Ele enrugado. Ele brocha. O buraco infinito da alma.
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Na Geladeira...: Patrícia? Paola? Maria? Fernanda? Mariana? Tatiana?
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Domingo, 4 de dezembro de 2011. E os peitinhos dela eram tão bonitos por baixo daquela blusa verde que até mesmo o velho gay enrustido e amargo que a atendia no balcão do bar se sentiu mais feliz. Ele que costuma ser tão seco e afetado tratou a moça com tanta gentileza sincera que se ela o conhecesse não entenderia o que estava acontecendo. O tempo é desonesto demais. Ele careca. Ele Gordo. Ele enrugado. Ele brocha. Assinar: Postar comentários (Atom).
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Na Geladeira...: Exercício Número 1.
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A mãe diz: Guarda isso aí menino! Sexta-feira, 15 de julho de 2011. Mas Eu não entendo. Acabou? E a nossa casa, nossa vida? E a nossa história. Você fica com a casa, cada um com sua vida e a história é a história. Não grita, por favor. Não fique mais idiota. Você não pode fazer isso comigo. É isso. O problema é que gosto que me batam na cara. Que me cuspam. Eu gosto da sujeira. Assinar: Postar comentários (Atom). O buraco infinito da alma. Modelo Simples. Imagens do modelo de mattjeacock.
