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Wednesday, March 31, 2004. O livro de Eduardo continuava em cima da mesa . Lembrei-me das brincadeiras que ele fazia quando eramos mais novos e não me agradava que ele transformasse a minha imagem como fazia antigamente. Francisco aproxima-se do livro e diz-me. O Eduardo conhece-te bem não? Ele avisou-me de qual sería a tua reacção quando visses esta foto e acertou em cheio! Perturbava-me a presença de Eduardo mas também a postura de Francisco . Diz o meu marido. É noiva do Eduardo! Não és exclusiva Sara!
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Wednesday, March 31, 2004. Levantei-me ,acendi um cigarro e sentei-me no parapeito da janela! Francisco deixou o sorriso assim que me fixou. Ele sabia que aquela janela, era onde eu me sentava sempre que pensava em partir. Aproxima-se de mim diz-me ao ouvido. Nao sei o que estás a pensar mas apetece-me fazer amor agora! Tive vontade de lhe dizer a verdade mas contive-me e apenas lhe pedi que me servisse algo refrescante. A noite iría ser longa . Que atrevimento fazeres uma afirmação dessas! E descalçando...
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Wednesday, March 31, 2004. Por momentos senti-me entre dois estranhos. Afinal que se passava ali? Eduardo tinha conquistado a amizade do meu marido mas não era normal Francisco convidar alguém para pernoitar em nossa casa e muito menos permitir que se aproximassem de mim como Eduardo fazia descaradamente. Não temos nehum quarto disponivel ao nosso lado! Sara, o Eduardo bebeu demasiado! Pode dormir no quarto de hospedes! Diz Francisco piscando o olho a Eduardo. Diz Francisco dando uma gargalhada. Eduardo ...
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Wednesday, March 31, 2004. Pergunta-me Francisco quando chegamos ao quarto. Se serei um rio capaz de derrubar uma montanha e se matarei a sede aos que nele vêm beber! Que queres dizer com isso Sara? Diz Francisco fechando a janela que dava para o jardim. Quero dizer que também posso ser um peixe comida por um qualquer pescador! Francisco aproxima-se e rasga-me a camisa puxando-me para cima da cama. Libertei-me dos moldes ,dos olhares e dos gestos que me algemaram á cama como se eu fôsse presa de alguem.
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Wednesday, July 13, 2005. Não quería morrer sem provas de que existiria um Deus que me aninhasse longe do pecado! O s meus filhos prendiam-me á vida mas ensinar-lhes-ía a superar o vazio desvalorizando a dor e o medo. Podemos ir para a piscina? Perguntam os miudos batendo com a porta do quarto. Perguntei sentando-me na cama , incomodada com os sonhos que tinha tido. O pai disse para te virmos acordar! Respondem dando-me um abraço . O Eduardo ainda está cá em casa? Afirma o mais pequenino entusiasmado.
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Wednesday, July 13, 2005. Percorri o medo, fechando os olhos e observando o vazio. Por momentos esqueçi-me que estava ali e escrevi um livro com as linhas em branco. Nelas podería criar a poção que me ausentasse do mundo que me caía em cima. Francisco não tería o poder de me fechar a janela nem Eduardo o olhar que me despia e rasgava a alma . Eu tinha a poção que servia para os moldar a meu belo prazer e o prazer sería mais forte que a morte . O meu quarto era branco e a varanda um paradão de livros.
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Wednesday, July 13, 2005. Tens feito exposições ou agora só te dedicas á familia? Pergunta Eduardo sentando-se na minha cama. Na ultima exposição que fiz não vendi nada! Respondi -lhe incomodada com a sua presença. Francisco mete as chaves na porta e tosse enquanto sobe as escadas . Esse era um hábito que me irritava porque me fazia lembrar os cães da minha vizinha! Eles resignavam-se á passividade dos dias fazendo a mesma caminhada e comendo a mesma comida . Causado pela presença de Eduardo . Diz com um...
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Wednesday, July 13, 2005. Lisboa era uma cidade linda e Mari , uma amiga de infância tinha-me convidado para lanchar. Não sei como ela descobria tantos recantos com vista sobre o tejo e ainda por cima com sabor a silêncio . Era lá que mantinhamos o ritual dos esboços a carvão, os segredos escritos em guardanapos de papel e os sorrisos que nos calavam a voz. Nenhuma de nós era feliz mas eu tinha o homem que qualquer mulher gostaría de ter! Publicado por Luisa Paula @ 3:09 PM. Livros de Luisa Paula.
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Wednesday, March 31, 2004. Decididamente não entendo os homens que nos olham como se soubessem entrar dentro de nós e nos tentam possuir como se não fizessemos parte deles! Apeteceu-me levantar a saia, meter aquele baton vermelho que ele gostava e pestanejar como uma barbbie mas optei por acender um cigarro e simplesmente. Ele sabia que Eduardo não me era indiferente mas como podia Francisco correr o risco de me perder deixando-lhe um lugar ao lado da sua cama? Publicado por Luisa Paula @ 8:51 AM.
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Wednesday, March 31, 2004. Nessa noite rabusquei as folhas onde escrevia e reparei na forma como descrevia um marido capaz de amar as sombras que eu pintava. Eduardo tinha surgido por obra do acaso ou quem sabe de um destino mais poderoso do que eu sentia quando sentia esse poder. A sua estadia prolongou-se e a fotografia de uma mulher igual a mim, estava pendurada na capa de um livro que eu nao gostava! Chamava-se Rain . Os seus olhos eram negros , brilhantes, profundos. Fechei a gaveta e desisti de ler.
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Wednesday, March 31, 2004. Incomoda-te a minha presença? Continua, tirando-me os cabelos da cara. Menti-lhe afastando-me das suas mãos. Estás a tentar enganar te Sara . Eu sei que te perturbo e ambos sabemos isso porquê nega-lo? Eduardo, nao te admito que entres em minha casa para tentares destabilizar o meu casamento! O teu casamento é uma farsa! Diz Eduardo beijando-me apaixonadamente. O meu corpo tremia e eu não o conseguia controlar. Não me confundas com uma das tua bonecas! Que disparate é esse?